- Eu? Então porquê?
- Olha para isso. Tudo empastado, cheio de verniz...
- Bom, foi para ver se cobria o desenho, sabes...
- Cobrir o desenho? Para quê? Quando a gente não quer uma coisa, não a faz. Depois de feita, é para a frente.
- Pois, mas a tinta do desenho esborratou. Não sabia que os acrílicos dissolviam a tinta.
- Pois. É água. Se não querias que a tinta viesse assim ao de cima usavas lápis. Ou outra tinta, pá. O que falta para aí é tintas. Não fazias essa borrada toda.
- Olha, antes é que tu me havias de ter dito, tá bem?
- Digo-te agora. Raspas essa porcaria e começas outra vez.
- Pois, que remédio. Tipo palimpsesto.
- Hã? Tipo o quê?
- Pa-lim-pses-to! Eram os pergaminhos antigamente. Raspava-se a tinta e escrevia-se outra vez.
- Pois! É assim como a gente faz no Photoshop.
- É. Mais coisa menos coisa.
1 comentário:
Vais lá chegar eu sei
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