sexta-feira, março 28, 2008

É a saúde, estúpido!


Malpecado
Acto único, cena única

A cena passa-se no consultório. O Médico está sozinho. Ouve-se a voz da recepcionista:)
Recepcionista (de fora) - Faz favor de entrar.

Paciente (entrando) - Obrigado. Como está, Soutor? Eu vinha cá para mostrar assim aquelas radigrafias que me mandou fazer, e as análises...

Médico - Sente-se, homem! (o paciente executa) Análises? Pra quê?

Paciente - Para quê?

Médico - Sim, análises, radiografias, toda essa treta para quê? (pausa) Basta olhar para si. (apontando um dedo:) Clinicamente morto.

Paciente - Desculpe, Soutor, mas...

Médico - Deixe ver as unhas (o doente mostra). Unhas raiadas, vê estes riscos? E arroxeadas. Não sente uma dor aí, por de baixo do mamilo esquerdo?

Paciente (com alívio) - Não, isso não...

Médico - Pode ser um bocado mais abaixo. Está cheio de gordura no fígado.

Paciente - Mas não sinto, não.

Médico - Vai sentir. É um sintoma que nunca falha. Pode ser da próstata. Quantas vezes é que se levanta durante a noite para ir mijar?

Paciente - Não. Pronto, quer dizeer, é muito raro, Soutor. Claro, às vezes, assim com os rapazes, um petisco, bebe-se um pouco mais de cerveja...

Médico - Cerveja? O meu amigo bebe cerveja? Nesse estado e bebe cerveja?

Paciente - Não, é só umas canecas de vez em quando. Mas, ó Soutor, qual estado? O Soutor não...

Médico (interrompe) - Pá! O amigo é que sabe, pá. Apanhe as bebedeiras que lhe apetecer. Mas não me venha para cá dizer que lhe dói o fígado. (abre o envelope e tira uma folha de papel) Olha-me só para esta ósteo: zero, setecentos e setenta e cinco gramas por centímetro quadrado.

Paciente - Gramas por centímetro quadrado?

Médico - Sim. Quadrado. Queria que fosse redondo, ia à Caixa. Isto é um consultório a sério.

Paciente - Não. É só porque gramas por centímetro quadrado não faz sentido. Um centímetro quadrado tem espessura zero, como é que pode ter peso?

Médico (enche-se de paciência) - Pá! Olhe, meu amigo! Os gajos andaram mais de vinte anos a calibrar esta merda e o meu amigo vem-me para aqui com gaitas? E eu a aturá-lo? Ou quer ou não quer, porra! Eu digo as coisas: olhe-me esse fígado, essa dor vai-se agravar, pá, não toma cuidado, e depois, bumba! Missa de sétimo dia e tal... começam à conversa, pois, o médico é que não viu nada. E vêm os seus cunhados, os seus primos, essa gente, ai coitadinho, era tão bom chefe de família, e bumba: processa-se o médico, que, por acaso até sou eu. Acha bem?

Paciente - Não, oiça Doutor...

Médico - Não faz mal. Não diga nada! Eu já estou habituado, quero lá saber! Até já sei porque é que o meu amigo cá veio! Quer viagra! Todos querem!

Paciente - Ó Soutor, desculpe! Aguente aí os cavalos!

Médico - Mas não quer viagra? Olha, é estranho.

Paciente - Não. Sim, quero, mas não é bem isso.

Médico - É o quê, então?

Paciente - Pronto, Doutor, é assim: eu ando a deixar de beber e de fumar, essas coisas que fazem mal, é o que se diz...

Médico - Meu filho! Meu irmão! Tu fumas?

Paciente - Pois, Senhor Doutor, infelizmente...

Médico - Pá! Tu fumas e não dizias nada? (abre a gaveta e extrai um tabuleiro com tabacos vários:) Fumas o quê? Eu vou tirar um destes. Recomendo-tos: puros!

Paciente - Ena pai! Tem aí Stagonov, um dos melhores tabacos do mundo. Dá-me licença de que encha um cachimbo? (executa) E podemos fumar aqui no consultório?

Médico (acendendo o charuto) - Se prometes que não dizes nada à Asae... Ah...

Paciente (acende o cachimbo) - Hum...

Médico - É... também estava a precisar... hum... Afinal, veio cá porquê?

Paciente - É que não consigo deixar de fumar, está a ver? E sabe, com um copo ou outro...

Médico - Sei, ó se sei! (tira de baixo da secretária dois cálices e uma garrafa e começa a servir) Vai uma gota? É uma aguardentezinha bagaceira, destilada à saída do lagar. É tão boa, pá, que já deve ser proíbida.

Paciente - Agradeço... (prova e estala a língua ) Preciosa! Tintos da Estremadura, talvez ali mais perto do Ribatejo... Alenquer! Não, Carregado ou Azambuja! Acertei?

Médico - Quase! Vila Nova da Raínha. Uma quinta de uns amigos meus. Lá é que ainda se vive bem. Cavalos, dinheiros da Cê-é-é... Ainda bem, que lhes preste! Ao menos sempre sobra alguma coisa.

Paciente - Pois. Ele há coisas... Esta bagaceira, os enchidos... Às vezes sinto-me assim esquisito. Não é que eu seja religioso, mas penso que Deus nos está a castigar, só assim, por sermos felizes e estarmos bem. E pronto, tenho medo. Tenho medo das cirroses, tenho medo dum a-vê-cê, tenho medo do cancro... é mesmo verdade que o tabaco é cancerígeno?

Médico (mirando o charuto) - É. Receio bem que seja mesmo. Mas sabes uma coisa? Há uma vacina porreirinha contra tudo isso. Amandas-te do nono andar, com a cabeça para baixo de preferência. 100% de eficácia. É um bocado radical, mas garanto-te que não apanhas mais doença nenhuma!

Paciente - Porra! Prefiro este cachimbo.

Médico - Viver é cancerígeno, pá. Não sabias? Mas olha, podes fazer como o palerma do chinês: sentas-te à beira do rio e esperas o tempo suficiente. Verás o cadáver dos teus cancros passar na corrente. Olha, e se não vires, também não perdeste nada. Ganhaste o teu cachimbo, não foi? E, meu caro amigo, vou-lhe passar a receita do viagra enquanto acaba o seu copo. Trate-me, mas é desse seu dente: com o bagaço e o tabaco de cachimbo, vai ficar com um mau hálito do caraças.

(cai o pano)

terça-feira, março 25, 2008

Numming Up

- A 5 de Outubro, man? É já ali.
Não acreditam?

Estou a rir-me devagarinho, para mim mesmo porque o meu cão dorme e não há mais ninguém nas redondezas. Não que, reconheço, o motivo desta minha íntima risota tenha piada. Aqui para nós, o acontecimento careceu mesmo em absoluto de um grama que fosse de sentido de humor.

Uma Professora (1), algures lá para o Norte, passou-se dos carretos, apreendeu um telemóvel. A proprietária do dito, em histeria completa, tentou arrancar-lho. Gestos largos, gritos agudos, empurrões.

Se fossem homens, teria havido um grito viril: «agarrem-me, senão eu mato-o!» Como eram mulheres, faltou o arrancar de cabelos para que se cumprisse a tradição.


Sobre esta caricata cena que nos chegou através, aí sim, do sentido de humor dum outro pssuidor de telemóvel com câmara de video, não vou perder o meu tempo e menos ainda o meu parco latim.

Já se condenou toda a gente, desde a aluna agressiva, ao ministério, ao ensino público, à degradação da Autoridade (com maiúscula, está bem de ver) quer da Escola, quer dos Educadores.

Não faltou sequer o parecer jurídico (é inconstitucional a aprensão do objecto, mesmo que esteja no regulamento da Escola), nem a Psicologia.

Não era o Dr. Eduardo Sá aquele Senhor que no You Tube tecia suaves (mas contundentes) críticas à actuação da Professora, a qual devia ter feito e acontecido em vez de taratátá & companhia?


Renitente embora, vou-vos confessar uma coisa: comecei a trabalhar há bué da anos. Não sei, talvez em 1964. E fui professor, pela primeira vez a sério, no ano lectivo de 1972/73. E houve coisas que fui aprendendo, daqui e dali, frases feitas, por vezes.

Uma delas, particularmente acutilante, foi-me ensinada pelo Leonel Pires Lourenço, que Deus lhe fale na alma.

Trabalhávamos ambos na rádio e era ainda o tempo em que os circuitos integrados, último grito da técnica, faziam a sua entrada nos hábitos dos nossos engenheiros. As válvulas, as lâmpadas e os bicórdios eram a mais prudente aposta da tecnologia nacional e predominavam por todo o lado.

Ninguém já faz ideia do que era a nossa central técnica numa tarde de Domingo, quando os relatos de futebol eram escutados religiosamente por tudo o que era lado. Os clubes, da primeira divisão à terceira distrital, jogavam todos ao mesmo tempo. Havia dezenas de bicórdios a sair dos bastidores, a ligar os relatores dos futebóis aos amplificadores, tudo simultaneamente no ar.

Necessariamente, na coordenação de centenas de ligações, alguma coisa havia de falhar. Porém, se nos criticavam os erros de operação indistinguíveis, aliás, das falhas do material, o Leonel ria-se pelo canto da boca e atirava:

- Ai é? Então venham cá vocês fazer c'a tromba!

A tromba em questão não era, como poderia ocorrer a um menos precavido, o lisonjeiro apêndice nasal do elefante. Era mesmo a tromba do porco.

Uma sala de aula é, com as devidas distâncias, uma complicação ainda maior do que a da nossa Central Técnica.

Lembram-se dos Telebes, ou lá o que era? Lembram-se da discussão sobre o regime de faltas dos alunos?

Às trapalhadas do Ministério que quer controlar tudo, junta-se a trapalhada das educações improvisadas por pais incompetentes, a luta pela conquista do mercado pelas editoras escolares. À banalização dos divertimentos nocturnos, com as variadas intoxicações, veio juntar-se a evolução tecnológica, que dotou cada criança, cada adolescente de acrescidos meios de estarem «noutra».

As probibilidades de uma aula falhar tornaram-se demasiado altas. A pobre Professora lá do Norte que se passou dos carretos, tem o meu inteiro apoio se gritar de lá a sua indignação:
- Venham cá vocês refocilar nesta estrumeira, a ver se fazem melhor!


Mas o que é que está errado então, perguntais?

Era uma tentação esticar agora o dedo acusador e disparar em todas as direções. Este mundo da educação está de tal modo coberto de alvos que nem precisava de apontar: acertava sempre, quase como os soldados americanos no Iraque. Disparem para onde dispararem, acertam sempre num inimigo.

Mas não. Recuso-me a tentar responder, e isto por duas ordens de razões bem distintas entre si.

A primeira é esta: não quero acrescentar ao fungagá que já se gerou, a mão cheia dos meus próprios palpites. Já estou muito cansado, quer das soluções milagreiras, como, para dar um exemplo, o cheque ensino dos Blasfemos, quer dos pequeninos remendos paliativos que cosem de um lado para esgarçar do outro.

É que uma discussão a sério teria de começar por questões tão vastas como:
- Queremos ensinar, queremos formar, queremos formatar? Queremos educar? Para quê? Quem? E devemos obrigar a aprender? E podemos fazê-lo? Quanto queremos gastar?
- Ah, bom! Queremos tudo, mas não há verba, é isso? Então, vão-se lixar e não chateiem.

A segunda das razões é muito mais simples: falar do Ensino era, para mim, falar da minha vida quase toda. E ainda não me apetece fazer balanços finais (ou os Summing up, para fingir que também sei falar estrangeiro). É só isso. Sorry.

Deixem-me só acrescentar mais uma coisa: quando ainda andava pela rádio, no meio da insurreição de Abril e nas confusões que se lhe seguiram, uma muito querida amiga ensinou-me mais uma das máximas que passaram a acompanhar-me desde então e que seria digna de Lao-Tzé:
Quanto maior era a asneira dos nossos Directores, quanto mais flagrante a falta de senso - e de decência, por vezes - maior era o seu sorriso.
- Pagam-nos mal, - dizia. - Mas divertem-nos muito.
Compreendem porque é que eu disse, lá em cima, no início do post, que me estava a rir baixinho?

(1) Os senhores professores universitários gostariam que reservássemos «Professor», por extenso e com maiúscula, a um dos graus da sua hierarquia. Como não são eles quem nos paga e, confessemos, nos divertem pouco, o melhor é não ligar.

sexta-feira, março 21, 2008

terça-feira, março 11, 2008

A Sala Magenta


O José Rodrigues Miguéis tinha pouca sorte com os barbeiros.
Eu, salvas as devidas distâncias, é com os escritores portugueses que tenho azar. Aos maiores, não os leio. Confesso o meu mau gosto: nem a Agostina, nem o Mário Cláudio, nem o Lobo Antunes. O José Saramago vou lendo, mas nem sempre com o mesmo gosto.
Saudei, como toda a gente o Memorial do Convento, mas não o reli. Da Jangada de Pedra, sim. Gostei e releio-o uma vez por outra. Detestei aquele do Cerco de Lisboa, voltei a gostar do Todos os nomes e nem por isso do Evangelho. E por aí fora.
Depois, começa o meu azar.
A Fernanda Botelho faleceu. Ponto final.
A Ana Teresa Pereira, com uma escrita linda, para minha perplexidade, parece-me andar a reescrever sempre o mesmo livro. O defeito, certamente, é meu. Mas que fazer?
A Beatriz Lamas de Oliveira, essa, que eu saiba, escreveu um só livro. Se alguém souber de outros, por favor, avise-me. Correrei Seca e Meca para os achar, mesmo correndo o risco, como a Raínha Victória quando mandou comprar a obra completa de Lewis Carroll, de me achar com um tratado de topologia nas mãos. Até lá, passo melancólico pela estante, pego n'O Insecto Imperfeito que já conheço quase de cor e penso que há desperdícios imperdoáveis. O desta escritora, por exemplo.

O Paulo Castilho foi também, durante alguns anos, aquele autor cujo aparecimento nos escaparates eu vigiava ansioso. Não que tivesse gostado particularmente de Fora de Horas. Mas, se me permitem o pretenciosismo, percebia-se que estava ali um escritor. E Sinais exteriores, depois Parte incerta, confirmaram-me no meu interesse. Finalmente veio o Por outras palavras. Já lá vão vários anos. Desde então para cá, continuo a procurar em vão a letra «C» nas prateleiras das livrarias e a reler, de vez em quando as ...Outras palavras, os Sinais. Algum amigo (certamente mais do alheio do que meu) ficou-me com a Parte incerta. Procuro-a, até hoje, pelos alfarrabistas porque não há reedições.
É a isto que eu chamo pouca sorte.

Há também o João Aguiar.
Explêndido o Navegador Solitário.
Divertido e imaginativo com O Homem sem nome e com a Encomendação das almas. E com o juvenil O Sétimo Herói.
Que importam os dois primeiros livros da sua trilogia inspirada em Macau se o último, A Catedral verde, se lê de penalti, como fazem os miúdos com os shots nas discotecas e os pedreiros nas tabernas com copos de três?
No meu pouco modesto critério, a marca de um bom livro (ou como dizia o Professor Manuel Antunes, de um óptimo livro) é que vale a pena relê-lo. E o Diálogo das Compensadas, a par com Orgulho e Preconceito, por exemplo, a Gabriela Cravo e Canela, A cidade e as serras e poucos mais, lê-se sempre com o mesmo prazer, como se fosse um livro novo. Se só pudesse levar dez livros para uma ilha deserta, as Flores ou o Corvo, vá lá, eu recusava-me a ir, claro.
Mas, se fossem cem ou cento e cinquenta... levava as Compensadas e ia. Tinham era de me jurar que nem o Cavaco nem o Sócrates passavam por lá em visita de Estado. (Aqui para nós que ninguém nos ouve, que história é essa das presidências abertas? Porque é que não as fecham e não as enterram bem fundo? Não há já poluição que chegue? Desculpem. Onde é que íamos? Ah, sim:)
No entanto, será impressão minha ou o João Aguiar está em crise? Se ele me perdoa, O jardim das delícias é repetitivo. Como nos livros da Ana Teresa Pereira, eu tive a impressão de que já o tinha lido e relido não há muito tempo. Dos livros infantis, prefiro não dizer nada. E o Neandertalzinho do Lapedo parece-me bom jornalismo, muito interessante, primorosamente escrito, mas só isso. Bem sei, já são qualidades que cheguem. Mas eu continuo à espera de outro Navegador solitário que não há meio de vir.
Pouca sorte? Espero bem que não. Já estou a bater com os nós dos dedos na madeira e a dizer «lagarto, lagarto, lagarto!»
Mas não o tenho procurado pelas livrarias da Baixa com o empenho que dantes soía.

O terceiro dos autores portugueses cuja escrita tento acompanhar é o Mário de Carvalho. O primeiro livro que dele li, há já vários e tormentosos anos, foi A paixão do Conde de Fróis. Mesmo sendo radicalmente desconfiado de narrativas illo temporais, gostei da novela. O Mário de Carvalho conseguia não lhe dar um tom bafiento, erudito-gradioso. E havia, lá por trás, sempre presente, um sólido cepticismo, uma concepção sarcástica do heroísmo pátrio, do nacional politiquismo. Mas devo dizer que só prestei realmente atenção ao escritor a partir do Era bom que trocássemos ums ideias sobre o assunto. Erro meu. Em vez de ter lido logo Os Alferes, ainda ando à procura deles. Encontrei o Fabulário, os Casos do Beco das Sardinheiras, mas não os Quatrocentos mil sestércios.

Foi, no entanto, a Fantasia para dois coronéis e uma piscina, talvez o menos «sério» de todos os seus livros, a lembrar a magia de Casos, o que eu mais gostei. Nos Casos havia quem engolisse a Lua, uma torneira que se abria no Céu, confundia-se "o Manel Germano com o género humano".

Na Fantasia aparecem deuses pendurados nas árvores, seguimos atentamente as impressões trocadas entre um melro e um mocho, assistimos à destruição dos vestígios de uma vila romana e à odisseia marítima de uma Renault 4.

Tudo podia acontecer e acontece mesmo. Uma claque de desportivos quadrúpedes destrói uma estação de serviço na auto-estrada e o «mocinho» desta fantasiosa cavalgada, heróico escaquista (onde raio foi o Mário de Carvalho desencantar este sinónimo de jogador de xadrêz?) aproveita para se deixar seduzir pela bar-tender da cafetaria. O realismo fantástico, que não raro apanha o escritor numa núvem espessa de misticismo (como aconteceu com a Isabel Allende, com o Didier van Couwelaert e o próprio João Aguiar), é no Mário de Carvalho assumido como paródia e como paródia deve ser lido. Tudo é fogo de artifício: da política ao heróico patriotismo, das velhas gerações inúteis dos anos sessenta aos jovens Cláudios a cumprir pena por delitos vários, drogas diversas, orfandades múltiplas.

E, de súbito, um'A sala magenta.

«Magenta» é uma cor. Entre o vermelho e o azul, uma cor quente e uma fria, aí está o «fúcsia», a cor feminina por excelência. As deusas já não precisam de se pendurar nas árvores, na torre das igrejas: estão por todo o lado nas paredes magenta.

"Não sei se é uma história de amor, se é uma história de paixão", diz o autor a Rodrigues da Silva numa entrevista. "E de raiva e de ressentimento, também."

O romance também não nos esclarece. Pode ser que tenha uma continuação, como Os três mosqueteiros em Vinte anos depois.

Pouca sorte. Vamos ter de aguardar.

segunda-feira, março 10, 2008

Aviso:

O Portugal, Caramba
anda em reparações
e não tem podido manter a sua actividade normal
(se é que a «sua actividade» alguma vez foi normal,
mas enfim!)
Confiemos no Sapo.

sábado, março 01, 2008

Doze palavras não ditas e retornadas...

A primeira foi a do Sinal;
a segunda a da Balança;
a terceira é a do Braço Dado.
Olha que são três.