Cidadão anónimo surpreendido no acto de denunciar um caso grave de corrupção.
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Nós aqui no Portugal, caramba! sendo uns mentirosos natos, garantimos o nosso profundo respeito e adoração pelo Estado.
Às vezes, porém, há coisas verdadeiramente intrigantes.
É claro que um portal aberto pelos poderes instituídos (o DCIAP, caramba!) para combater a corrupção pode parecer assim, a modos que, uma contradição nos termos e até, se fosse nos Estados Unidos, era capaz de ser proibido por uma emenda qualquer.
Mas admite-se, metade por masoquismo, quem sabe, metade por uma inofensiva manobrinha de propaganda. Por outro lado, fazer-se apelo à denúncia dos cidadãos uns pelos outros não é propriamente uma novidade aqui no burgo: par'aí desde a Contra-reforma, julgamos nós, já houve familiares do Santo Ofício, moscas, informadores da Pide, sabe-se lá mais quem. Sirva de exemplo o caso de um professor que contou uma anedota lá pela delegação do Norte do Ministério da educação que temos.
Mas admite-se, metade por masoquismo, quem sabe, metade por uma inofensiva manobrinha de propaganda. Por outro lado, fazer-se apelo à denúncia dos cidadãos uns pelos outros não é propriamente uma novidade aqui no burgo: par'aí desde a Contra-reforma, julgamos nós, já houve familiares do Santo Ofício, moscas, informadores da Pide, sabe-se lá mais quem. Sirva de exemplo o caso de um professor que contou uma anedota lá pela delegação do Norte do Ministério da educação que temos.
O que espanta, o que verdadeiramente espanta, é que se garanta o anonimato aos ditos denunciantes.
Anonimato? Num país onde um processo em segredo de justiça pode aparecer pespegado na primeira página de um jornal, onde escutas secretas são transcritas e dadas a público?
Ná!
Nós aqui no Portugal, caramba! queríamos ser tudo (ou quase, pronto!): anónimos é que nunca! Safa!
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PS: o nosso pseudónimo àparte, claro.
2 comentários:
Ahh pois! Não me tinha lembrado... os tipos podem vir pelo fio! :))
Boa perspectiva. Força Tacci, nós andamos a precisar de clicar em textos que nos animem. Anda tudo muiito macambúzio.
Tem razão, Graza.
Abaixo a macabumzisse.
Mas, nos tempos que correm, mais vale ir prevenindo do que remediar depois: quem nos garante que, por exemplo, um funcionário com as contas atrapalhadas ou num fim de mês mais difícil, não resolve vender uma pen com denúncias e denunciantes, tudo à mistura? Uma sociedadezinha de advogados espertos, a seguir, montava uma cadeia de processos por difamação. A PT ou outra qualquer lá fingia que lamentava muito, mas tinha de revelar os nossos nomes... Os advogaditos, esses ficavam ricos num instante.
Já viu?
Para os denunciados era um gozo.
Não, se alguém quiser fazer uma denúncia a sério, mande uma carta, escrita à mão, com luvas, só em maiúsculas e meta-a no correio de uma cidade lá bem longe.
(Li estes conselhos num romance, creio que do Simenon, há muitos anos; mas as velhas receitas, às vezes, ainda são bem úteis...)
Um abraço.
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