domingo, setembro 27, 2009

Dia de Carneiro Guisado

Tacci em versão «esquerda caviar»
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Comentador político que detesta esses meninos bem da política displicente
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Nós aqui no Portugal, Caramba! confessamos: não somos militantes do caviar.
A militância exige uma dedicação constante.
O caviar, graças a Deus, não.
Claro que adorávamos poder pertencer uma direita «toucinho do céu e Lacrima Christi de 1906 no solar das Tias Xabregas».
Hélas! os pergaminhos não dão para isso.
E à direita «pastel de nata» pertençam vocemecês se quiserem.
Há também, é claro, uma esquerda «sardinha assada», tipo «feira popular».
Aí sim!
Bem nos regalamos com militâncias dessas, com pimentos!

8 comentários:

jad disse...

Que saudades, Tacci!
Mas, pelos vistos, regressaste em forma e em força! Bravo!

Graza disse...

Folgo em saber que também é pelo caviar, embora não seja militante. Tem bom gosto.

Graza disse...

...e folgo em vê-lo no Dia do Carneiro Guisado, mais magro a avaliar pelos desenhos anteriores. Guardou-se pró dia?

tacci disse...

Jad, obrigado pelas tuas palavras, mas ainda não regressei verdadeiramente.
Há alturas, tu sabes, em que não estamos nem cá nem lá, parece-nos estar sozinhos, num apeadeiro de província, à espera de um combóio que há-de vir, que há-de vir...
Vamos matando o tempo de espera como podemos, mais um cigarro, mais uma cerveja no bar, uma olhadela distraída para a televisão, umas linhas do livro de que nunca nos separamos...
E repara, são momentos com o seu encanto, há que não os desperdiçar.
Um abraço.

tacci disse...

Grazza, como diria o Jaurés: não podemos deixar tudo o que é bom para o grande capital, pois não?
Quanto a estar mais magro... era a minha caneta que estava sonhadora nesse dia.

jad disse...

Pois é, Tacci "há que não os desperdiçar" mas... Que saudades!

Anónimo disse...

A expressão «esquerda caviar» quer essencialmente salientar a contradição insanável: quem consome - com alguma frequência - caviar - aqui apenas um nome feliz, poderia dizer-se BMW, ou equivalente - não pode ser de esquerda. O luxo corrompe.
Comer sardinhas assadas pode indiciar popularidade, mas o povo nem todo é de esquerda.
Outra conversa é não se assumir o direitismo. Até porque cada um é livre de pensar. Badesse

tacci disse...

Meu velho:
O nome de «esquerda caviar» não se limita a ser ofensivo.
Põe o dedo exactamente no ponto que distingue as duas esquerdas: a que considera que o socialismo se faz pela detenção dos meios de produção e a que considera mais importante os meios de apropriação.
Para usar a linguagem que aprendemos nas nossas primeiras contestações, não está do lado do opressor apenas quem detém os meios de produção; está também aquele que se apropria da parte do produto que não lhe cabe, que a desvia em seu próprio benefício, para reforçar o seu poder, etc. A formação de enormes exércitos como costumam fazer os ditadores, é um bom exemplo de apropriação indevida. Só serve para a glória de alguns generais, das suas famílias, dos seus corpos de polícia secreta.
A «esquerda caviar» pode apropriar-se de belas garrafas de Esporão ou Barca Velha, comer uma perdizinha de escabeche, ou, em calhando, uns belos jaquinzinhos fritos a preceito. Não se apropriarão nunca do suficiente para fazer sombra aos Franco, aos Queipo de Llano. E proclamar que o caviar deve passar à frente dos bombardeiros, a manteiga à frente dos canhões e dos mísseis, fazer a festa passar à frente da obediência, sempre me pareceu verdadeiramente de esquerda.
Quanto aos BMWs, estou de acordo contigo: vivam os 2CV.
Abaixo os V8 de 230 cv.