Não cheguei verdadeiramente a conhecê-lo. Trocámos um ou dois apertos de mão, meia dúzia de palavras, se tanto.
Ele era muito novinho, já de outra geração. Eu não dava por isso, mas estava a caminho de ser apenas mais um cota, como tantos outros.
Raymond Chandler escreveu num dos seus romances que partir é morrer um pouco, mas que ficar é morrer muito mais.
Agora que o António Feio partiu, por curioso que pareça, sinto como se tivesse perdido um irmão mais novo. Como se tivesse morrido, também eu, muito mais.
6 comentários:
estou tão :( Tacci.
Ainda há dias, ele partilhou, no FB, o facto deste ciclo de químio o estar a debilitar muito...mas eu não o supunha em estado terminal.
Mais pobres estamos...
Conhecia mal, muito mal mesmo o trabalho de António Feio. Ri-me algumas vezes com a charada Toni e Zézé mas era pouco. Ouvi-o no "pessoal e transmissível" e comecei a ficar de ouvido alerta. Com as entrevistas do ano passado percebi a dimensão que se aninhava naquele sorriso terno e maroto.
Parabéns, Tacci. Mais uma vez no coração do que importa.
Abraço
Talvez este fado se adapte um pouco ao que diz:
http://www.youtube.com/watch?v=2cpgXCE_Iqc
Abraço.
Também estou triste, Ema.
Penso muitas vezes que devíamos ligar mais ao que temos, em vez de andarmos sempre a reclamar do que não temos.
Tínhamos o António Feio.
Uma boa homenagem seria passarmos a prestar mais atenção ao que ainda cá está.
Um abraço, Ema.
Também não conhecia bem o trabalho dele. Confiamos no tempo, há muito, quer para fazer aquela viagem de volta ao mundo, quer para ir a Paris ouvir a Piaff, quer para ver Bagdad antes de os americanos a terem destruído.
E vamos perdendo o que está em Serralves ou na Gulbenkien.
Devíamos viver como se fossemos morrer já amanhã e só houvesse tempo para ir ali a correr, ver o António Feio.
Um abraço, Jad.
Graza:
Obrigado pela sugestão.
Tenho estado, nesta última hora a ver o António Feio no youtube.
Há por lá mais coisas do que eu podia imaginar.
Um abraço.
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