quinta-feira, outubro 14, 2010

Danilo


Nasceu com a República, fez cem anos na segunda-feira, dia onze de Outubro.
Chamou-se Leopoldo Danilo Barreiros e foi um desses portugueses das sete partidas, dos sete ofícios, das setenta vezes sete mil aventuras.
Era uma pessoa curiosa, de inteligência viva, que se recusava a estar parado. Nasceu em Lisboa, em Alfama, foi criado em Alcântara, partiu para o Brasil onde vivia a sua Mãe; voltou, foi estudar para a Bélgica com passagem por Paris; partiu para o extremo Oriente, viveu em Macau onde, enfim, se casou, de onde voltou à Metrópole no fim da Segunda Guerra Mundial.
Já com filhos a crescerem, tirou o curso de Direito e fez-se advogado, partiu numa última viagem para S. Tomé; só voltou passados alguns anos.
Entre a sua colecção de recortes - de «coisas chinesas», dizia ele - uma ou outra cartada de bridge para ensinar os filhos, muitos livros (alguns escritos por ele próprio), e a profissão de advogado veio terminar os seus dias em Lisboa, em Campo de Ourique, em 1994.

Se perguntarem a quem o foi conhecendo, aqui ou ali, por tudo quanto é lado, qual a sua mais interessante característica, a que nele mais cativava, provavelmente obterão a mesma resposta:
- O Danilo?
- O Dr. Barreiros? Isso é que era um conversador!
Conversador brilhante e mutíssimas coisas mais.
No dia 11, quando faria cem anos, o seu filho Pedro publicou-lhe a biografia com título Danilo, No Teatro da Vida.
A sessão solene do lançamento do livro e a celebração do primeiro centenário do Danilo foram no Instituto Camões, numa sala que se mostrou exígua para tanta gente.

4 comentários:

Rosário disse...

E o desenho está bem bonito!
Uma braço
Rosário

Em@ disse...

Ainda bem que a sala foi exígua...
parabéns pelo "boneco" como sempre impecável.
Já tinha saudades de aqui vir. mas o tempo, o tempo...
beijo

tacci disse...

Lembra-se de uns desenhinhos que vinham no Diário Popular, aqui há tempos, com o titulo «O fotógrafo não estava lá»?
Sempre gostei de reportagens desenhadas. Aqui foi mais ou menos isso, mesmo se fotógrafos não faltavam.
Beijinho, Rosário.
Obrigado pela visita.

tacci disse...

Ema, o Dr. Danilo era uma pessoa muito popular e o filho não é menos.
O Instituto Camões é que, em calhando, ainda não o tinha percebido.
Apareça sempe que lhe apeteça e que tenha um bocadinho.
Um beijinho para si também.