Depois de se dar a vida a provar,
nada a fazer.
O inesperado caminho da morte de que todos falam,
esse descampado percurso ao geográfico sol
que nos impede de ver os felizes contornos da vida,
chega sempre cedo demais.
Obstinados sem-abrigo,
treinamos a sobrevivência, agarrando com os violentos punhos do amor,
o vago fio que nos atrasa o fim.
Protegemo-nos da prolongada e da diurna luz
no aconchego clandestino do ginásio, que nos prepara o corpo da solidão.
Não há morte feliz ao ponto de como só a vida o poderia ser.
Depois de provado o amor,
nada a fazer.
Manuel Sanches
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