sábado, outubro 17, 2009

Implosão

Dizem que o estádio Mário Duarte tem de ser implodido.
Concordo.
Não é, como alguns podiam aleivosamente pensar, pelo facto de eu não gostar de futebol, o que até nem é verdade, vejam lá.
Gosto sim, senhora! Gosto de ver os putos a correr, como eu corri, atrás duma chincha, aos gritos de «passa, c...!».
O que eu não suporto são os jornais da «bola», que se arrogam o direito a ser designados como «desportivos».
Desportivos? Aquilo? Imaginam?
Mas, pronto. Façamos de conta. Ainda há pior, dá para crer?
-
Há, garanto-vos. Há os pugramas da televisão, com as genialidades do costume, desde o Sr. Oliveira e Costa que é sondeiro, ao câmara-man Fernando Seara, ao animatografista António Pedro de Vasconcelos e ao físico Dr. Barroso, ao Sr. Medeiros Ferreira que já foi muita coisa e agora não sei o que é, para só falar destas, que são as eminências.
O que vale é o comando à distância: daqui onde vos estou a escrever, clic, e pof! Não sei para que freguesias irão pregar, da minha, desaparecem.
-
Compreendem que eu ache bem a implosão do estádio de Aveiro. Preferiria, claro, que ele fosse explodido.
Não é preciso ser Engenheiro Civil (nem primeiro ministro sequer) para perceber que os pedaços de betão, atirados pelos ares, dariam uma péssima imagem do nosso pobre país. Além de esburacarem consideravelmente os já de si precários lares dos aveirenses, de lhes partirem os vidros, quem sabe até se não entupiriam a ria de Aveiro, mais do que a poluição, claro, e até podia bombardear gravemente a base aérea de São Jacinto - onde, felizmente, ainda ninguém pensou em fazer o novo aeroporto de Lisboa.
Eu sei disto tudo!
Mas já viram?
O dito Estádio Mário Duarte, de Aveiro, custou uma beca. Tinham-se previsto uns trinta milhões, mas foi parar quase aos sessenta e cinco. Dinheiro que, em vez de gerar alguma riqueza, como seria de esperar, anda a gerar tais despesas que não há quem aguente, muito menos a câmara de Aveiro.
Não se podia fazer como o muro de Berlim?
Escaqueirava-se e vendiam-se os bocados a bom preço?
É claro, primeiro tinha de se encomendar uma pinturas, assim para dar ar de que também somos artistas. Reservava-se uns metros quadrados para o Pomar, por exemplo, mais um ou dois que não cito para não criar invejas, depois entregava-se o restante a umas crews de Lisboa e do Porto - uma havia de ser local com direito a entrevista pela Drª Moura Guedes, pelo menos - para grafitarem à vontade.
Quando fosse da explosão, já viram o que podia valer cada bocadinho?
Podiam vender-se bilhetes para assistir, abrilhantava-se com fogos de artifício para dar cor, ganhava-se um dinheirinho a alugar capacetes tipo das obras, vendiam-se umas bebidas...
Depois era a parte verdadeiramente comercial.
Uma boa carga de explosivos havia de fazer, pelo menos, vá lá, uns dez mil pedaços de bom tamanho. Vendidos a seis mil e quinhentos euros cada, mais depesas de recolha e de entrega, só isso já pagava o investimento.
E ficava toda uma indústria para os aveirenses: catar pedacinhos de betão, pôr dentro de uma caixa e vender aos turistas junto com as barriquinhas de ovos moles.
Estou a imaginar os comerciantes: «está a ver aqui este cantinho? Não é sujo, não senhor! É uma pincelada ocre da Paula Rêgo; vinte euros e não se fala mais nisso.»
Direis: e os vidros partidos? E os telhados arruinados?
Tudo tem solução. O Governo abria uma linha de crédito bonificado para os proprietários fazerem as necessárias reparações. É o que se costuma fazer com todas as catástrofes, chuva, incêndios, inundações, quedas de pontes, tudo. E não me venham dizer que o Euro-2004 não foi uma catástrofe para este pobre país, porque foi.
Façam as contas e digam-me: venderam-se muitos hectolitros de cerveja, pois venderam. E que mais?
-
Se o negócio pegar, temos a seguir o de Coimbra que, informam-nos(1), era para custar catorze milhões e custou cinquenta e seis, Leiria que subiu de trinta para setenta e quatro. E depois Faro-Loulé, também havia de ser jeitoso. E Guimarães; e o Beça, mesmo se desses não sei os preços.
Quando se acabassem - enfim, poupava-se o Dragão que parece ser rentável - até se podia construir mais para se ir explodindo. E já viram? Quanto maior fosse o delizar dos custos, melhor: mais caros se vendiam os pedacinhos.
Ou em alternativa, talvez o Alqueva. Já alguém nos disse quanto custou efectivamente e quanto está a render?
-
E enquanto andássemos entretidos a construir e a explodir, deixávamos em paz a pobre da Maïté Proença que, para além de ser muito bonita, tem o sorriso mais sedutor que eu me lembro de ter visto(2). Lembrem-se: uma mulher bonita teve, desde sempre, o direito a dizer o que lhe passasse pela cabecinha e nós, cavalheirescamente, só temos de sorrir e dizer que sim, pois claro, isso e o contrário se for preciso.
Nunca, por nunca ser, temos o direito às explosões de grosseria como a destes últimos dias. E manifestações de desagravo, já me chegaram as do tempo do Salazar.
Disse.
-
1) Nem sob tortura revelaremos que a nossa fonte foi o jornal Público de 16 de Outubro, p. 11.
2) Pensando melhor, estou a lembrar-me de alguns outros, bem sedutores também, e que eu conheci mais de perto.
-

16 comentários:

Anónimo disse...

Boa tarde.
Aqui neste local (http://twitpic.com/photos/bm_aveiro) terá acesso a documentação oficial (Duas Revistas Municipais de Aveiro, 1999 e 2003) com pedaços relativos ao Estádio Municipal de Aveiro.

Marreta disse...

Concordo com grande parte do post à excepção da parte final referente à tal brasuca, que quanto a mim não tem nada um sorriso sensual, antes aquilo parece-se mais com uma obra de engenharia de cimento armado com muita areia e pouco cimento.
Quanto aos estádios, teria sido mais lógico fazer 3 ou 4 no interior do país e dotá-los de infraestruturas para poderem receber outro tipo de desportos para além do futebol.
Mas haja esperança, que agora vem aí o Mundial de Futebol de 2096 e pode ser que ainda sirvam para alguma coisa...
Saudações do Marreta.

Anónimo disse...

A nota 2 salvou-te de te chamar sacripanta.

tacci disse...

Obrigado, Anónimo.
Como calcula, o Estádio Municipal de Aveiro está aqui como Pilatos no Credo - e já agora, a Maitê Proença também.
Mas prometo ir dar uma vista de olhos.

tacci disse...

Meu caro Marreta
A senhora brasileira tem os seus cinquenta aninhos e já não é, certamente, a que foi por alturas das fotos no Playboy: "tout passe, tout casse...", não é?
Mas, claro, como decerto percebeu, não é disso que se trata.
Aceito o direito a ser patriota, como a ser benfiquista, a gritar que Portugal é enorme e que este ano vamos ganhar os campeonatos todos e que os nossos estádios são os mais lindos do mundo.
O que não aceito são as manifestações de xenofobia, os do «norte carago» contra os mouros e vice-versa, «nós», os portugueses, contra os emigrantes, os ciganos, os sem abrigo e por aí fora.
O que me incomodou nesta história foi a explosão de ordinarice bacoca a que tivemos de assistir. Algumas caixas de comentários em blogs que se reclamam até de valores muito tradicionais, quem sabe se muito aristocráticos, roçaram a indecência, mergulharam na mais absoluta falta de gosto. Outros ficaram-se pelas afirmações imbecis, por insinuações mais ou menos torpes.
Enfim, como diz: confiemos no campeonato de 2096.
Um abraço e obrigado pela oprtunidade de dizer estas coisas que me andavam atravessadas.

tacci disse...

A nota 2, no meu tempo era um
«Mau-», dava para chumbar sem apelo nem agravo.
Estou fora de moda, não estou?

Anónimo disse...

nacredito, no teu tempo dava para nota mau? Não não acho que estejas fora de moda mas que estás com falta de memória estás...;).

Graza disse...

Sim Tacci, o ridiculo das propostas que andam no ar deveriam dar-nos para ruborizar, e só a sua brincadeira seria a salvação do problema se estivessemos mesmo num país do faz-de-conta, mas ele é mais real do que isso, logo, não me parece que nos fizesse bem ao ânimo ver tudo aquilo a ser escaqueirado, não só porque nos deixamos enganar como pela impotência de não lhes descobrirmos algum fim útil. Concordo consigo: esta questão é mais grave do que o vídeo da Maitê. Mas só aparentemente, porque o fim daqueles elefantes brancos, será um dia destes resolvido por imperativo de custos financeiras e daqui a mais algum tempo só retará a lembrança do muito que nos custou a cada um.

Ao contrário, o efeito do pequeno episódio virtual que foi o vídeo da Maitê, irá continuar no tempo para alguns, quem sabe se um dia, não só brasileiros, como um modo possível de fazer “humor”. Far-me-há justiça se concordar que os milhares de portugueses que o entenderam com uma afronta, não serão todos os bacambúzios incapazes de perceber o fino “humor” que estava naquela commedia dell’arte, como se depreendia nas desculpas que a Maitê apresentou depois.

Por muito que se condenem os chorrilhos que vão por essas caixas de comentários, os habituais incendiadores que em nada contribuem para os debates, não foram eles a lançar a primeira pedra, é a Maitê que ao dizer que os “portuguesiss são esquissitos” com uma atitude meio enjoada manifesta uma primeira fobia, seja ela qual for.

Mas estaremos inteiramente de acordo, contra o não direito às “explosões de grosseria” e às “manifestações de desagravo” e tem todo o direito de estar zangado com isso como nós por aquele comportamento.

tacci disse...

Graza:
Se calhar terá de me perdoar pelo que me resta da minha formação religiosa. Já não é muito.
Mas ficou-me a noção muito clara do pecado e a consciência de que tenho de me aceitar pecador, de vez em quando, porque quero pecar.
E sublinho «quero», porque os pecados são sempre pelo menos consentidos por nós próprios.
O meu maior pecado tem sido, desde sempre, o do orgulho.
Por isso tenho de ter muito cuidado em perguntar-me se os meus motivos para ser orgulhoso são reais ou se é só vanidade, empáfia, princípios de senilidade ou qualquer outra coisa parecida. Na esmagadora maioria dos casos, decido que não tenho motivos para me sentir orgulhoso.
Só para lhe dar um exemplo que está bem à vista, eu faço uns bonequinhos, giros às vezes; mas só se não os comparar com os que faz a Mónica Cid, que é uma jovenzinha; e não falemos da Paula Rego, do Hugo Pratt, do Egon Schiele, por aí fora.
No que nos interessa de momento,se eu me tivesse sentido ofendido pelas tolices que uma brasileirinha disse na televisão, há já dois anos, teria de me perguntar onde é que me doía realmente, que dedo do pé é que ela me teria pisado.
E concluiria que o episódio do número três foi engraçado, o do computador, demasiado banal, a gárgula, de mau gosto.
Não mais.
O que ofendeu realmente o meu orgulho foi ver o Durão Barroso ir aos Açores bajular o George Bush, dar o seu apoio à aldrabice torpe das armas de destruição massiça.
Foi ouvir a trapalhada do Cavaco a propósito das escutas em Belém.
Não precisamos para nada de uma Maitê Proença para nos amesquinhar: os nossos representantes democráticamente eleitos, dizem eles, encarregam-se disso da melhor vontade.
O Graza e eu não temos estado de acordo sobre o valor a dar ao patriotismo, mas as suas opiniões não ferem o meu orgulho e espero que as minhas não firam o seu.
Confesso que não entendo o porquê de o Graza se ter sentido ofendido, mas respeito.
O que não posso aceitar sem um protesto ao menos são as campanhas de ódio que, volta e meia animam este jardim à beira-mar: foi a Maitê, mas parece que já foi suplantada pelo «estranjeirado» Saramago. O que virá a seguir para nos fazer esquecer do fundamental?
Estamos a ficar mais pobres e ninguém tem pressa de governar o país.
Estarei em erro?
Um abraço.

jad disse...

Boa noite, Tacci.

Não vou repetir quanta estima me merece o que escreves. Já o sabes. Também já sabes da minha ideia de pátria e de mátria. Portanto, o que quero dizer prende-se com uma certa voz que me assalta (não, não é o daimon...) quando outras vozes me importunam, muitas vezes sem eu saber bem porquê. Foi o caso da Maitê. Concordo com o teu post e com o comentário ao comentário de Grazza mas também acho que Grazza tem razão. Não te parece, Tacci, que, exactamente por termos os nossos próprios amesquinhadores, com quem, na maior parte dos casos, podemos ajustar contas democráticas, retirando-lhes o poder que, democraticamente, lhes emprestamos (bem sei que não é exactamente assim mas resta sempre essa possibilidade, não resta?!)o nosso desconforto é maior quando alguém de fora, que não está sujeita à potencial punição democrática, suja o espelho em que nos miramos? Nestas condições, não te parece que fica necessariamente exposta a outra expressão desse desejo de punição, que nos aproxima, por um desejo identitário possivelmente inconsciente, do grupo, do povo, da nação, a que pensamos pertencer? E que outra expressão pode ser senão o desencanto e a censura? Claro que nem todas as expressões são legítimas ou aceitáveis. Mas, Tacci, se não devemos condenar os juizos alheios da nossa pequenez simplesmente porque são alheios, também não me parece que os devamos aceitar pelas mesmas razões. Para escapar a um xenofobismo detestável sob todos os ângulos, não podemos cair na autoflagelação ou comiseração, também detestáveis a todos os níveis. Por isso, aos Durões podemos dizer "anda lá, Durão, que logo te faço a cama nas urnas", às Maitês temos que dizer que somos muito melhores do que aquilo que elas pensam. Faz-nos bem. E a elas também. Não te parece?
Abraço.

Graza disse...

Olhe Tacci, nesta questão da Maitê, e nas outras do patriotismo sobre o qual eu tenho que descobrir uma forma de me expressar melhor, faça de conta que vamos os dois à bola e eu seu aquele amigo a quem você puxa constantemente o braço quando blasfema de pé e punho em riste contra as faltas do adversário: temos os dois razão, por que raio, a bola é assim mesmo! Uns berros fazem parte do flolclore! Mas pronto, nem o Tacci gosta de bola, nem de berrar por tão pouco, mas para um àrbitro de bancada como eu, ir à bola consigo... só mesmo se for pela companhia de amigo!

O post que fiz sobre os opinadores da Maitê, era contundente para alguns, mas penso que sabe que o incluo naquele grupo de amigos de quem conheço a honestidade da opinião. Aquilo tinha uns endereços muitos específios porque eles existem mesmo. Claro que entendo a sua forma de encarar o caso, e reacções genuinas e tão sábias como a sua, têm a sua nobreza, daí as muitas reacções miméticas a que assitimos, porque o que não faltam por aí são falsificadores.

Ao Jad, não posso deixar de manifestar o orgulho de ver tão valoso defensor do meu lado da barreira a juntar tão rica argumentação à causa, que naturalmente, e por defeito de clubismo do lado da barreira, me deu prazer ler. Aliás, se algum proveito pude tirar desta questão, foram os vossos belíssimos textos de rebate. Nem a Maitê sonha quanto ela nos enrriqueceu mais um pouco.

Um abraço.

tacci disse...

Meus caros Graza e Jad:
Vamos lá a ver.
De facto, nenhuma lei estabelece a lista dos insultos que se não podem proferir, não há um código das ofensas; se tivesse de ser eu o juíz num processo por causa do vídeo da Maitê Proença, obviamente que não o poderia julgar baseado na minha opinião ou nos meus sentimentos.
Teria de me basear nos costumes das diferentes regiões, do nosso país, nas nossas tradições e por aí fora, e só depois declarar que tal ou tal queixoso teve razão quando se sentiu ofendido - mesmo que não houvesse - ou não se provasse - a intenção de ofender.
E bom, não é como no caso do Galileu, em que se admite a prova de que Terra, de facto, "se muove": se há consenso em que as tolices da senhora são ofensivas, então é porque são mesmo.
Resta-nos, é claro, um problema: «que faremos com esta ofensa?»
Mesmo com o maior respeito pelo direito à indignação, o meu medo são as respostas descontroladas. Para dar um exemplo um pouco diferente:
Podem os cristãos ir para o Rossio queimar o livro do Saramago? Há três séculos podiam, inclusivé queimá-lo a ele, se o apanhassem.
Que fará, um dia destes, um exaltado que se cruze com ele, curvadinho, pelo braço de D. Pilar?
E que fará esse mesmo exaltado se se cruzar com a Maitê Proença?
E que faremos nós se o pior acontecer?
Devíamos ter a resposta pronta para essas eventualidades e receio bem que não a tenhamos.
Abraços para ambos.

jad disse...

Tacci,
Claro que esse "exaktado" poderia sempre argumentar que "quem não quer passar por lobo não lhe veste a pele". Os não exaltados é que não o podem nem devem fazer. Mas podem e devem declarar a sua indignação e, acima de tudo, não acender fogueiras. A discordância é uma necessidade para a procura de novas perguntas e novas respostas. A tolerância e o respeito são dois dos esteios que nos fazem homens e nos tornam dignos da nossa humanidade (os outros são, para mim, a liberdade e a solidariedade). Portanto, estou contigo na necessidade de manter a discordância nos limites do respeito e da tolerância e também em que o homem defende-se com a razão e não com a força. Nisso se distingue também dos animais (é, claro, o velho Aristóteles...). E outra coisa, Tacci, a multidão não pensa, reage ao que outros pensam.
Abraço

tacci disse...

Jad:
Claro que estou de acordo com o dizes. Os que pensam, os «não-exaltados» segundo a tua expressão, tornam-se duplamente responsáveis: primeiro pelas suas próprias atitudes. E logo pelas que arrastam.
Mas, receio que os «opinion makers» nem sempre tenham isso em linha de conta (a bem dizer, raramente, não é?).
Outro abraço.

jad disse...

Claro que sim, velho amigo.
Sabes, Tacci, estou cada vez mais convicto que os homens, aqueles que fazem a sua humanidade na certeza da sua fragilidade e pequenez, ligam-se pelos laços que se fazem no absoluto respeito pela diferença. Mútua, já se vê. Ética, portanto. E aí a diferença transforma-se na razão de nos fazermos uns com os outros e no dever de nos aperfeiçoarmos solidariamente, livres e tolerantes.
Abraço

Anónimo disse...

Boa noite.
Se achar pertinente divulgue este vídeo:

http://www.youtube.com/watch?v=iSJ31IBCvj0

obrigado pela atenção.