Não era anormal dirigirem-se a ela;
o guarda-costas limitava-se a vigiar, lá de longe.
- Não olhes as pessoas nos olhos. - ralhava a Aia.
Mas Aka nascera assim, perguntadora.
Os olhos, castanhos ou verdes, conforme a luz, inquisidores, captavam tudo e todos.
Os olhos, castanhos ou verdes, conforme a luz, inquisidores, captavam tudo e todos.
Deixavam-se captar por todos e por tudo.
O mágico tirou do turbante uma rolinha branca, depois olhou em volta, fê-la desaparecer nas mãos de um jovem de cabelos para a testa, em seguida pegou nas de Aka, colocou-lhe a direita em concha sobre a esquerda:
- Ah-ah! Voilá notre petitte voleuse! Quer mostrar-nos o que tem aí escondido?
Aka sentiu cócegas na palmas das mãos, como se um animalzinho crescesse e lutasse para sair.
Quando as abriu, a aranha sentiu-se livre, saltou para o chão.
Houve gritos, gente em fuga, uma rola branca voou.
O skin da grande barriga tentou com a bota, uma vez e outra, esmagar a aranha assustada.
Com as suas grandes patas, correu por entre pés de gente e de cadeiras.
Num instante surgiu um grupo para dar caça à "tarântula" e outro para defender os direitos da pobre «bestiole assustada».
Não viram o mágico curvar-se profundamente, mãos postas diante do rosto.
- Posso saber o nome daquela a quem devo ter visto um milagre? - perguntou ele.
5 comentários:
Misterioso o destino humano, nao e?
Bravo, Tacci! Esta historia esta encantada! E encanta.
jad
Obrigado.
Estou a precisar de uma semana de exílio por entre as penadias da Gardunha, por exemplo, para pensar no resto.
Ou no Alto das Fragas!
jad
Não sei, não.
Pinta-me que no Alto das Fragas passaria os dias à conversa, com um copo de tinto numa mão e um petisco na outra e não faria muito mais...
Acertei?
À sombra do carvalho!
Grande palpite!
jad
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